Ideal- Antero de Quental- David Machado
Aquela que eu adoro não é feita
De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas lânguidas, divinas,
Da antiga Vénus de cintura estreita…
Não é a Circe, cuja mão suspeita
Compõe filtros mortas entra ruínas,
Nem a Amozona , que se agarra às crinas
Dum corcel e combate satisfeita…
A mim mesmo pergunto, e não atino
Com o nome que dê a essa visão,
Que ora amostra ora esconde o meu destino…
É como uma miragem que entrevejo,
Ideal, que nasceu na solidão,
Nuvem, sonho impalpável de Desejo…
Análise do Poema:
O tema deste poema é a idealização do amor ou da mulher amada.
Nas duas primeiras quadras o "eu" lírico faz uma descrição da mulher amada, referindo aspetos que a mesma não possui.
Já no primeiro terceto o poeta faz um autoquestionamento sobre o poder que a amada tem sobre ele e no seu destino.
No último terceto o sujeito poético refere a amada como um ser inalcançável.
Este poema é constituído por duas quadras e dois tercetos, logo é um soneto. É composto por rima emparelhada e interpolada nas quadras (ABBA) (ABBA) e rima cruzada e interpolada no tercetos (CDC) (EDE) e contem versos decassilábicos.
Alguns recursos expressivos presentes neste poema são a comparação presente no verso 14 " È como uma miragem que entrevejo", dupla adjetivação no verso 3 "...lânguidas, divinas".
Recursos utilizados:
ChatGPT
Antero de Quental by Maria Furtado on Prezi
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