Camilo Pessanha
Água Morrente- Camilo Pessanha
Este poema de Camilo Pessanha, é uma ilustração das várias características do estilo e linguagem.
Na analise que vem a seguir, os temas abordados serão:
- A musicalidade e vocalidade dos versos;
- A simbologia e a sensibilidade estética;
- A melancolia e a Efemidade e o desgaste.
Comme il pleut sur la ville.
Vede a água cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, sempre cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, quase morrer...
Meus olhos apagados,
E cansados de ver.
Meus olhos, afogai-vos
Na vã tristeza ambiente.
Caí e derramai-vos
Como a água morrente
1.A musicalidade e vocalidade dos versos;
2- A simbologia e a sensibilidade estética;
3-A melancolia e a Efemidade e o desgaste.
É possível concluir que:
Camilo Pessanha reúne neste poema uma série de características do seu simbolismo, um lirismo denso, repleto de ilustrações sensoriais. E ainda uma visão profunda sobre a fragilidade humana.
Analogia com o poema «II pleure dans mon cour» de verlaine
Comme il pleut sur la ville,
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur?
O bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits!
Pour un coeur qui s'ennuie
O le chant de la pluie!
Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi! nulle trahison?
Ce deuil est sans raison.
C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi,
Sans amour et sans haine,
Mon coeur a tant de peine!
Tradução:
Chora no meu coração
Qual chove sobre a cidade;
Que languidez é então
Que adentra em meu coração?
Ó doce rumor da chuva
Pela terra e sobre os tetos!
Para um coração em tédio,
Ó a cantiga da chuva!
Chora sem qualquer razão
Neste coração cansado.
O quê! Nenhuma traição?...
Este luto é sem razão.
É mesmo a pena pior
Desconhecer o porquê,
Sem ódio e sem todo o amor,
Meu coração a sofrer.
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